Homem preso no ES se passava por delegado da PF e oferecia dados de agentes de segurança para o PCC em SP

  • 09/05/2024
(Foto: Reprodução)
Homem foi preso por fingir ser representante de uma empresa italiana de armas. Grupo movimentou mais de R$ 800 mil. Polícia descobriu banco de dados de vítimas, incluindo policiais, que tinham informações vendidas a criminosos. Mayra dos Santos Silva e Homero Vieira de Almeida suspeitos investigados na Operação Apate. Divulgação/PCES O líder de uma organização criminosa que aplicava golpes em pessoas interessadas em comprar e obter porte de armas de fogo foi preso no Espírito Santo. Homero Vieira de Almeida se passava por delegado da Polícia Federal e representante de uma empresa italiana de armas. Ele é suspeito de cometer múltiplos crimes em menos de um ano, tendo, inclusive, vendido informações de agentes de segurança brasileiros - que eram seus clientes - a um grupo ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O suspeito agia com a esposa Mayra dos Santos Silva e o comparsa Diego Conceição Diodato. Em menos de um ano, foram movimentados mais de R$ 800 mil. As investigações também indicaram que os suspeitos forneciam dados de vítimas para outros criminosos e obtinham empréstimos fraudulentos. Além dos golpes, um roubo a banco estava sendo articulado. Homero foi preso no dia 29 de fevereiro, quando transitava em um veículo de luxo pela ES-060, em Vila Velha, também na Grande Vitória. Entretanto, as informações sobre a prisão e a associação criminosa foram divulgadas nesta quarta-feira (8), após investigações da Operação Apate. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Mayra dos Santos Silva e Diego Conceição Diodato são investigados pela Operação Apate Reprodução/PCES Entre os clientes que sofreram o golpe, estão policiais militares e civis do Brasil inteiro, além de colecionadores e caçadores. As vítimas que queriam comprar o armamento tinham prejuízo que chegava a R$ 45 mil. Homero chegou a criar um site para a loja falsa, por meio do qual simulava a venda de armas e acessórios a agentes de segurança, colecionadores, CACs, entre outros. De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram após uma agência bancária em Cariacica, na Grande Vitória, entrar em contato com a Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa) e denunciar que havia duas pessoas no local tentando realizar um saque que, segundo o sistema de segurança do banco, seria fruto de fraude. Na ocasião, Homero se identificou como policial federal e estava com um de seus comparsas. "Dois policiais foram ao local e fizeram a condução de um desses indivíduos, Diego Diodato, para ser ouvido. Até este momento, a gente estava suspeitando do crime de estelionato contra a instituição bancária, mas de imediato a gente viu que o Homero não era delegado federal como se apresentava e as investigações avançaram", contou o delegado Alan Andrade, titular da Defa na época da investigação. Porte de arma, dados para o PCC e assalto a banco Quando Homero foi preso, a polícia apreendeu dois telefones celulares que tiveram as informações analisadas. Foi descoberto que o suspeito se passava por representante de duas marcas de armas de fogo da Itália. Homero Vieira de Almeida e um comparsa em um banco. Detalhe mostra documento que ele usava se passando por policial federal no Espírito Santo Polícia Civil do ES/Divulgação Ele anunciava a venda do armamento com valor abaixo do mercado e tinha como clientes principalmente policiais civis e militares, colecionadores, reservistas e atiradores esportivos. As armas, porém, não eram de fato entregues aos compradores. Além de aplicar golpes em possíveis compradores de armas, Homero enganava pessoas interessadas em ter direito de porte de armas, cobrando valores para adiantar o processo. "Ele dizia para quem quisesse ter o porte de arma fogo que tinha um amigo delegado da Polícia Federal e se a pessoa pagasse a quantia de R$ 15 mil ele ia dar um jeitinho", explicou o delegado. LEIA TAMBÉM: Cunhado sai da prisão e mata policial civil aposentado a tiros em bar no ES Mãe e bebê de 1 ano morrem em acidente envolvendo carreta na BR-101 VÍDEO: Jovem viraliza ao se aproximar de navios em alto-mar em prancha e Marinha alerta que prática é ilegal Além disso, de posse dos dados dos clientes policiais, que enviavam cópias de documentos e fotos de suas carteiras funcionais, o suspeito vendia esses dados – incluindo endereços e identificação – para outros criminosos. "A gente teve a infeliz surpresa de ver que o Homero fazia um banco de dados com informações dos agentes de segurança do Brasil inteiro e tentava fazer a venda dessas carteiras incessantemente em um grupo ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo. A gente acredita que de posse dessas informações ele queria nutrir essas facções criminosas com informações que poderiam atentar contra a vida desses policiais", disse Alan. Também através de informações obtidas nos celulares apreendidos, a polícia descobriu que esse mesmo grupo planejava um assalto a um banco no Espírito Santo. "Os suspeitos já tinham um roteiro de ação bem definido, mas a ação da Polícia Civil foi rápida e a gente conseguiu evitar esse crime", pontuou o delegado Alan Andrade. Laranjas para receber dinheiro e vagas de emprego falsas Homero Vieira de Almeida foi preso na Operação Apate. Ele estava no veículo da foto quando foi preso. O carro também foi preendido Reprodução/PCES Com o grande volume de dinheiro que o grupo começou a receber, para que não entrasse tudo apenas em sua conta pessoal, o suspeito trabalhava com diversos laranjas. Segundo a polícia, Homero pagava R$ 500 por mês para quem abrisse uma conta em seu nome e entregasse login e senha para ele, e movimentava esse dinheiro através da empresa da esposa Mayra dos Santos Silva. Homero Vieira de Almeida foi preso na Operação Apate Reprodução/PCES O suspeito também criou uma empresa fictícia e oferecia vagas de emprego falsas, conseguindo dados de pessoas interessadas no trabalho e também utilizando para fins criminosos. "Ele pedia acesso ao gov.br dessas pessoas e, com isso, devassava a vida da pessoa, pegava todos os documentos, assinaturas digitais, contratava empréstimos", detalhou o delegado. Operação vai continuar Polícia Civil fala sobre homem que se passava por delegado da Polícia Federal e aplicava golpes interessados em comprar armas de fogo é preso no Espírito Santo Reprodução/PCES A primeira fase Operação Apate foi concluída. Homero está preso, a esposa e o comparsa denunciados. Os três foram denunciados por estelionato, estelionato digital, associação criminosa, comunicação falsa de crime e lavagem de dinheiro. LEIA TAMBÉM: Família presa por fabricar e vender armas clandestinas usava crianças para despistar a polícia Polícia prende suspeitos em operação contra tráfico de drogas e comércio ilegal de armas e munição Homem com registro de CAC é preso por fornecer armas e munição para traficantes Entretanto, as investigações vão continuar porque a polícia já percebeu que existem outros laranjas e outras pessoas envolvidas nessa operação criminosa. O nome da operação foi dado inspirado, segundo a cultura grega, em um espírito que personificava o engano, o dolo e a enganação. "Já que o nome do suspeito é Homero, de descendência grega, a gente viu por bem colocar um nome que tivesse ligação ao nome dele", explicou o delegado. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

FONTE: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2024/05/09/homem-preso-no-es-se-passava-por-delegado-da-pf-e-oferecia-dados-de-agentes-de-seguranca-para-o-pcc-em-sp.ghtml


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